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A chegada de alunos com deficiência no ensino superior é cada vez mais evidente tanto nas instituições brasileiras quanto em todo mundo. Mas, será que o ensino superior está preparado para receber este alunado que até então tinha acesso muito limitado a este nível de ensino? A fim de responder a essa indagação essa pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de identificar as ações e iniciativas de universidades públicas brasileiras quanto ao ingresso e permanência de pessoas com deficiência, a fim de verificar as barreiras e os facilitadores encontrados por esses estudantes no cotidiano do ensino superior. Foi realizado em 13 universidades públicas brasileiras, o método de investigação foi a "pesquisa de campo". Optou-se por cinco fontes de evidências: questionário, entrevista semi-estruturada, documentos, observação direta informal e artefatos físicos. Os participantes foram: 1) Reitor(a) da instituição ou alguém por ele designado; 2) Coordenador(a) do Processo seletivo/Vestibular ou alguém por ele/ela designado; 3) coordenador do núcleo, serviço ou programa de atendimento especializado aos alunos com deficiência; e 4) alunos com deficiência. As principais Barreiras encontradas nas universidades foram: Arquitetônicas (ausência de rampas ou rampas com inclinação inadequada, calçadas sem manutenção ou feitas com piso em próprio, portas de banheiros com tamanho adequado, falta de corrimão, ausência de sinalização e de referências); Comunicacionais (falta de informações e intérpretes de libras); Pedagógicas (práticas pedagógicas inadequadas, falta de material didático adaptado, problemas na atuação de intérprete) e; Atitudinais (atitudes dos professores em sala de aula, relacionamento com os colegas, desrespeito às vagas reservadas nos estacionamentos, estacionamento em frente as rampas e obstáculos nas calçadas e caminhos). Alguns diferenciais encontrados: - O Atendimento Educacional Especializado desenvolvido na UNISUL; - A estrutura e a organização do departamento de apoio à inclusão da UERN e do Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Especiais da UFPR; - As modificações realizadas na biblioteca da UERN; - O Guia USP Acessível; - A legislação institucional da UNESC; O Manual do Candidato da UFRJ, UDESC, UERN, UNESC, UNISUL, FURB e UnB. O que pode-se observar é que as universidades vêm desenvolvendo ações, porém ainda não são suficientes para a permanência e participação dos alunos com deficiência. Espera-se que as discussões aqui propostas possam colaborar com a área, mas principalmente que indique alternativas viáveis para melhorar o cotidiano dos alunos com deficiência no ensino superior brasileiro. Assim, espera-se, por intermédio da divulgação dos resultados dessa pesquisa a possibilidade da implementação de ações que contribuam para a permanência, buscando influir, principalmente, mediante a sensibilização das autoridades competentes. |
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