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Esta dissertação traz um estudo acerca da inclusão de alunos surdos na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), instituição que atualmente tem 15 alunos surdos matriculados em diferentes cursos de graduação. Diante disso, surge a necessidade de analisar como vêm se dando os processos de governamento dos alunos surdos da UFSM. Para isso, concentra-se o olhar no ingresso e na permanência desses alunos no contexto acadêmico da Universidade, a fim de analisar as ações de governamento no acesso à UFSM para a captura dos alunos surdos, compreender as estratégias de governamento para que os alunos permaneçam incluídos e problematizar os efeitos da inclusão. Esta pesquisa utiliza a UFSM como cenário e filia-se a uma perspectiva pós-estruturalista em educação, articulada com teorizações foucaultianas, tomando como centrais a noção de governamentalidade desenvolvida por Michel Foucault e o entendimento de governamento. Ao final da pesquisa, foi possível perceber que, durante o acesso, há todo um investimento na questão linguística e cultural do sujeito surdo, ou seja, edital e vestibular em Libras, correção da redação de forma diferenciada, projeto de extensão Libras Tri, entre outros. Dessa forma, os sujeitos são governados e capturados pela questão linguística e cultural durante o acesso. Após o ingresso, criam-se estratégias de governamento para que esses sujeitos permaneçam incluídos, por exemplo, o aluno surdo é exaltado, tutelado e torna-se invisível para permanecer. Do mesmo modo, para permanecer, o aluno surdo cria estratégias de governamento de si, como, por exemplo, as categorias elencadas para este estudo: “o que importa é estar incluído” e “formas de se comunicar”. A partir das análises, conclui-se que essas estratégias de governamento de si e dos outros são colocadas em funcionamento de maneira a contribuir para que os surdos invistam em si e se tornem produtivos e úteis. |
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