Abstract:
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Este estudo tem como objetivo identificar as percepções e os sentidos compostos pelos sujeitos envolvidos diretamente no processo de inclusão de um estudante Surdo em uma escola pública municipal da cidade de Uberaba, Minas Gerais. Para tal, foi levantado o seguinte problema de pesquisa: Quais as intercorrências causadas pela inclusão de um estudante Surdo na escola regular e quais são as percepções e os diferentes sentidos compostos pelos participantes diretamente envolvidos nesse processo? O trabalho foi realizado com base nos pressupostos da pesquisa de cunho etnográfico, sendo utilizados como instrumento para coleta de dados a observação, questionário aplicado aos estudantes ouvintes, entrevista semiestruturada gravada com os participantes adultos que atuam em diversos setores da escola e entrevista semiestruturada filmada direcionada ao estudante Surdo, com todas as questões realizadas em Língua Brasileira de Sinais, totalizando 32 participantes. Como aporte teórico para o estudo relacionado à educação dos Surdos e suas nuances destacam-se as contribuições de Quadros (1997, 2004), Lacerda e Góes (2000), Goldfeld (2002), Fernandes (2000, 2003, 2012), Skliar (2006), Glat (2007), Machado (2008), Dorziat (2009); para enriquecer as problematizações sobre a inclusão utilizou-se Turetta (2006), Mazzotta (2008), Abramowicz e Rodrigues (2013), Santos e Lacerda (2013) e Carneiro (2017). A análise dos dados coletados na pesquisa foi realizada sob o viés da teoria histórico-cultural de Vygotsky e para a análise de conteúdo foram utilizadas as contribuições de Bardin (2016). Como resultado conclui-se que a pesquisa contribuiu para as discussões que envolvem o tema da inclusão do estudante Surdo. Considera-se fundamental refletir sobre os desafios e possibilidades da inclusão do Surdo tendo como ponto de partida as percepções das pessoas que participam efetivamente desse processo, também é importante conhecer as angústias, os medos, as fragilidades, as necessidades, os sentimentos, as representações que surgem nas interações cotidianas, pois poderá possibilitar a reformulação de pressupostos, ressignificação de conceitos, condutas e atitudes que possivelmente apontarão para a existência de uma pluralidade de caminhos em relação à inclusão construídos a partir das diversas percepções dos sujeitos envolvidos nesse processo e não simplesmente pelas imposições da legislação educacional. |