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Neste trabalho apresentamos um conjunto de ensaios sobre a educação bilíngue para surdos tomando-a como um tema não apenas encerrado em teorizações linguísticas formais, mas aprendendo-a em redes discursivas mais amplas, estabelecendo o diálogo com outras áreas de conhecimento como a Pedagogia e a Antropologia, a fim de que pudéssemos delimitar uma arena de confronto dos múltiplos discursos envolvidos em sua significação. Nosso estudo está organizado em duas partes, compreendendo, a primeira, dois ensaios voltados à análise crítica das bases epistemológicos sobre as quais estão assentados os principais discursos sobre Surdez e os Surdos, neste momento histórico, e suas incursões axiológicas, relacionadas às identidades/alteridade surda e à educação bilíngue, de modo geral. Somando-se à reflexão teórica, direcionamos nosso olhar, na segunda língua para surdos, valendo-nos de uma pesquisa de campo desenvolvida com professores que trabalham em escolas comuns e especiais, no Estado do Paraná. Buscamos realizar uma análise de seus discursos e do que eles revelam sobre a prática, considerando-se as múltiplas variáveis envolvidas na implementação da proposta de bilinguismo , com ênfase às reflexões voltadas à aquisição de língua de sinais, como primeira língua, e do ensino/aprendizagem da língua portuguesa, como segunda língua. Como forma de superar algumas das contradições identificadas e oferecer caminhos alternativos às práticas vigentes, nos ensaios que desenvolvemos propusemo-nos a avançar para os domínios metodológicos acerca do tema, propondo um conjunto de diretrizes voltadas às práticas de letramento no contexto da educação bilíngue para surdos. Como pano de fundo à exegese, que delineou a base epistemológica e teórica de nosso trabalho, buscamos a contribuição do pensamento de bakhtiniano, encampando seu principal axioma que estabelece a relação dialógica - e as múltiplas vozes dela decorrentes - como essencial na constituição dos seres humanos. Somam-se ao diálogo de Bakhtin as vozes de autores que discutem as teorias críticas em educação, nas quais é enfatizado o papel exercido pela linguagem na constituição de práticas de significação, situando sua polivocalidade nos conflitos sociais e históricos que a originam. |
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