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Este estudo está vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual Paulista, campus de Presidente Prudente, mais especificamente à linha de pesquisa Desenvolvimento Humano, Diferença e Valores. O objetivo da pesquisa foi analisar como as ações de inclusão se articulam com processos de resiliência em adolescentes e jovens da Educação Especial, a partir da perspectiva dos alunos e professores. O referencial teórico adotado se refere à abordagem socioecológica, cujos pressupostos dos estudos da resiliência se pautam, principalmente, numa abordagem cultural. Com relação à temática da inclusão, é entendida neste trabalho como um processo que valoriza as diferenças. A pesquisa de abordagem qualitativa foi realizada por meio de dois estudos. O Estudo I consistiu em uma pesquisa documental, no qual se analisou os documentos do IFPR (local em que se desenvolveu a pesquisa), verificando as políticas, princípios e ações constantes sobre a inclusão de alunos da Educação Especial. Esse estudo possibilitou o entendimento e posicionamento da instituição sobre a inclusão e buscou-se, a partir dos dados levantados nos documentos, relacioná-los com as sete tensões da abordagem socioecológica, analisando como as propostas de inclusão poderiam contribuir para o processo de resiliência de alunos da Educação Especial. Baseados nos resultados desse estudo, o Estudo II consistiu em pesquisa de campo, mais precisamente num estudo de caso múltiplo, que se realizou em seis campi do IFPR. Buscou-se analisar a percepção dos professores que davam aula aos alunos da Educação Especial e destes alunos considerados em processo de resiliência sobre as ações de inclusão desenvolvidas no IFPR, como contribuindo para o processo de inclusão e para o bom crescimento dos alunos. As ações de inclusão citadas foram relacionadas com as sete tensões da abordagem socioecológica, verificando de que forma contribuíam para o processo de resiliência. Participaram desse estudo 14 professores, de ambos os sexos e com diversas formações, cujo critério principal foi que ministrassem aula ou desenvolvessem atividades com os alunos da Educação Especial de seu campus. Participaram 12 alunos, sendo quatro surdos, dois com Síndrome de Asperger, um cego, um deficiente visual, um com Síndrome de Down, um com amputação do braço, um com raquitismo, um com mielomeningocele, de ambos os sexos, com idade entre 14 e 28 anos, e considerados em processo de resiliência. Nessa etapa, os professores participantes contribuíram de duas formas. Primeiramente, realizou-se uma conversa coletiva com os professores participantes de cada campus sobre a concepção que estes possuíam sobre "crescer bem", e de acordo com essa concepção, definiu-se quais alunos da Educação Especial do seu campus apresentavam esse "crescer bem". A outra etapa consistiu em entrevista semiestruturada realizada individualmente com os professores, em que se buscou levantar as ações de inclusão percebidas pelos professores que contribuíam para o bom crescimento dos alunos da Educação Especial. Com estes alunos, realizou-se a entrevista semiestruturada de forma individual, em que se buscou levantar as ações de inclusão percebidas pelos alunos que contribuíam para o seu crescer bem. Seis dos doze alunos continuaram a pesquisa, por meio do uso dos métodos visuais, em que tiraram de 15 a 20 fotos de momentos, lugares, pessoas no IFPR que representavam algo bom como também algo ruim para eles. As fotos foram analisadas e explicadas pelos próprios alunos para a pesquisadora. A partir das ações de inclusão citadas pelos professores e alunos, por meio das entrevistas e das fotos, estas foram analisadas à luz das sete tensões, verificando por meio de suas resoluções ou não, o favorecimento de processos de resiliência. Os resultados apontaram que poucas ações de inclusão eram desenvolvidas institucionalmente, pois a maioria das ações era realizada por iniciativa própria dos professores e da equipe pedagógica. Porém, por meio dessas ações, a maioria dos alunos da Educação Especial se sentiam incluídos, indicando que tais ações estavam favorecendo processos de resiliência, atuando como ações protetivas, situação que não acontecia com os alunos surdos que, apesar de gostarem de estudar no IFPR, estavam expostos a mais situações de risco, pois nem todas as ações de inclusão os estavam protegendo. E dentro das ações de inclusão citadas, considerou-se que estas não conseguiam favorecer a resolução das tensões Justiça Social e Poder e Controle. Apresentou-se, como meio de favorecer a resolução das tensões e com isso promover ações de inclusão mais protetivas aos alunos da Educação Especial, a consolidação do NAPNE e do AEE pelo IFPR. Espera-se que este estudo colabore para a prática dos membros de instituições escolares que trabalhem com alunos da Educação Especial e suscite novas reflexões no campo educacional, garantindo práticas mais eficazes. |
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