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Em concordância com as legislações vigentes que tratam a Educação Especial na Perspectiva Inclusiva, em especial o surdo público alvo desta pesquisa, o interesse e percurso da mesma originou se da minha prática como alfabetizadora de estudantes com surdez, na rede pública estadual de ensino e posteriormente como docente acadêmica responsável pela disciplina Introdução a Língua Brasileira de Sinais (Libras), onde não visualizava uma prática inclusiva nos contextos onde atuava como alfabetizadora e tão pouco nos discursos dos estudantes em formação universitária. A pesquisa está inserida no campo da inclusão escolar do surdo e apresenta como objetivo geral observar, investigar e analisar a execução da implementação das políticas públicas na perspectiva inclusiva dos surdos, em um município do interior paulista, especificamente na rede regular de ensino público estadual. O lócus da pesquisa foi três escolas públicas da rede estadual, localizadas uma na parte central da cidade e duas na parte periférica cujo critério de seleção se deu pelo fato de serem escolas que possuem estudantes surdos incluídos em classes regulares, nos anos iniciais do ensino fundamental e consideradas inclusivas pela Diretoria Regional de Ensino. Participaram desta pesquisa três gestores, três coordenadores, doze professores, quatro interlocutores, quatro agentes escolares, um funcionário do serviço geral e três merendeiras, atuantes nos contextos educacionais pesquisados. Na perspectiva em estudo, a metodologia usada foi a documental, bibliográfica e de campo, com foco na abordagem qualitativa, dispondo de entrevistas semiestruturadas e aplicação de questionários. Como resultado na análise e descrição das categorias, a pesquisa apontou que as políticas públicas inclusivas não são viabilizadas nos contextos escolares regulares pesquisados por questões de: ausência da Língua Brasileira de Sinais e do interlocutor mediador da comunicação entre surdos e ouvintes, formação docente especializada insuficiente no atendimento ao aluno surdo, desconhecimento das adaptações curriculares adequadas, discursos pedagógicos apoiados na inclusão como direito, principalmente social e privação de materiais especializados. Sabe-se que são territórios de negociações e de resistência da comunidade ouvinte e surda. As concepções e práticas existentes estão em constante modificação e ressignificação de sentidos e sujeitos. Discutindo e refletindo nas variáveis que comprometem a aproximação entre teoria e prática na implementação das políticas públicas inclusivas, a pesquisa apontou desafios que decorrem de movimentos mais efetivos na adequação de espaços e currículo tornando o acesso, permanência e êxito na aprendizagem do aluno surdo em contexto regular de ensino real e não somente ideal. |
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