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O presente estudo aponta para a necessidade e para a viabilidade da implantação gradual de políticas bilíngues e de educação especial, com ênfase no AEE, que se constituam por via da linguagem e da colaboração, entre os profissionais da educação especial, os demais profissionais da instituição ou escola, as instâncias administrativas locais e as famílias das crianças surdas, com vistas à apropriação do conhecimento. A partir da abordagem histórico-cultural, defendemos que a criança, enquanto sujeito sócio-histórico precisa se apropriar e desenvolver a linguagem a partir de suas necessidades, no caso da criança surda, da necessidade de adquirir e construir a língua de sinais como primeira língua. A educação inclusiva vem nos propondo alguns desafios, dentre os quais destacamos o atendimento educacional especializado (AEE), espaço presente como política pública orientada pelo Estado. A educação bilíngue ocupa hoje um lugar de destaque no debate em torno de como lidar com a diferença linguística e cultural dos surdos, servindo como bandeira de luta da comunidade surda brasileira e merecendo, portanto, nossa especial atenção. O atendimento educacional especializado, como apoio educacional, significa os atendimentos complementares e suplementares que favorecem o acesso ao currículo, podendo ser oferecidos dentro da sala de aula como ajuda ao professor e relacionado com as estratégias adotadas por ele, ou fora dela, no contraturno da escolarização, no caso, para atendimento do aluno,objetivam um trabalho pedagógico complementar necessário ao desenvolvimento de competências e habilidades próprias nos diferentes níveis de ensino e se efetivam por meio dos seguintes serviços: salas de recursos, oficinas pedagógicas de formação e capacitação profissional. Dessa forma, esta tese tem como objetivo geral analisar a apropriação do conhecimento de crianças surdas na educação infantil pela via da linguagem, tomando por referência os trabalhos realizados na sala de atividade e no atendimento educacional especializado, em um processo contínuo de colaboração entre instituição, instâncias administrativas locais e famílias. Nesse contexto, são objetivos específicos: a) descrever e discutir a proposta de educação bilíngue e do AEE para a criança surda, proposta essa que consta nas políticas educacionais nacionais e locais; b) analisar as práticas pedagógicas para a aprendizagem e o desenvolvimento de crianças surdas na educação infantil, desenvolvidas nas salas de atividades e no AEE; c) descrever os processos de aprendizagem da língua de sinais da criança surda nos diversos espaços da escola comum e do atendimento educacional especializado; e d) refletir, a partir da interação e dos diálogos com os profissionais da instituição e visando a sua inclusão escolar, sobre as instâncias administrativas locais, sobre as famílias e sobre os processos de aprendizagem da criança surda na instituição da educação infantil. Na coleta das informações necessárias para a análise preliminar, percebemos que há uma necessidade de sistematização das informações pertinentes aos grupos diversos e, neste caso, pertinentes ao sujeito surdo que é atendido no município. Portanto, faz-se necessário refletir com os profissionais da escola sobre as políticas de inclusão, sobre as políticas bilíngues, sobre os processos de apropriação da língua pela criança surda na escola da educação infantil, visando a sua inclusão escolar. Há necessidade de uma discussão mais ampla sobre a política bilíngue que tem se instaurado no Brasil e principalmente mais informações sobre o movimento surdo em prol de uma educação bilíngue e como ela se processa. |
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