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O implante coclear, em nosso país, ainda é uma prática que se considera nova, em especial com os sujeitos surdos, por se tratar de um procedimento recente, que vem possibilitando, de certa forma, uma audição que a mídia vem chamando de ouvido biônico . Esta pesquisa tem o propósito de refletir sobre o assunto a fim conhecer mais sobre esse procedimento que vem sendo realizado com certa frequência no Brasil. Poucas são as pesquisas sobre esse tema na área da educação. A maioria dos dados apresentados vem da área clínica. A possibilidade do implante gera, na família de uma criança surda, a expectativa de que terá uma criança normal e que, a qualquer momento, o filho vai falar e ouvir. Para ter um bom resultado, segundo os especialistas da Fonoaudiologia, é necessário que a criança implantada evite contato com Libras e com outros surdos, pois pode comprometer o tratamento. Este estudo visa a analisar os impactos do implante coclear na vida de uma criança surda que frequenta uma escola de Ensino Fundamental com uma política bilíngue. O estudo toma como referencial a perspectiva histórico-cultural e considera que o sujeito surdo é constituído socialmente, por meio da linguagem, como aquisição cultural. Nesta pesquisa foi realizado o estudo de caso do tipo etnográfico de uma criança surda que passou por uma intervenção cirúrgica (implante coclear). A pesquisa de campo ocorreu por meio de observação e entrevistas semiestruturadas. Busca compreender as formas de relação estabelecidas entre a criança e os adultos e outras crianças em diferentes espaços, como a casa da criança, a clínica fonoaudiológica, a escola, observando as repercussões dessas relações na maneira como a criança se vê como implantada. O estudo apontou que há diferenças no modo como os profissionais compreendem a condição da criança com implante e se relacionam com ela de maneiras distintas. Para alguns, ela é surda e, portanto, privilegiam a Libras na interação com ela. Outros priorizam a oralidade, por considerar que o implante pode possibilitar à criança ouvir e falar. Outros, ainda, entendem que deve ser dada oportunidade a ela de aprendizado da Libras e da oralidade, de forma a ampliar suas possibilidades de contato e interação com os outros. Essa era também a opinião da mãe. A análise permite ver uma criança informada sobre a sua condição de criança implantada e que está aprendendo a conviver com o implante. Os depoimentos da criança fornecem indícios de que ela se reconhece como surda e que a língua de sinais é a que mais a completa como usuária de uma língua, contudo não nega as novas possibilidades que a oralidade lhe traz. |
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