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Esta pesquisa tomou como objeto de pesquisa o Exame Nacional de Ensino Médio – Enem, como também o Sujeito Surdo e o modo de individuação pelo Estado, na perspectiva teórica da Análise de Discurso fundada nos trabalhos de Michel Pêcheux, na França, e Eni Orlandi, no Brasil. Em razão dos pontos de contato e articulação com a AD, tomaremos também a História das Ideias Linguísticas – HIL, de Sylvain Auroux, Eni Orlandi e equipe, para compreendermos o processo de gramatização da Língua Brasileira de Sinais – Libras, como também para refletirmos sobre o trabalho do intérprete de Libras e efeitos de sentidos produzidos na aplicação da prova do Enem para o sujeito Surdo. Essa reflexão se dará por meio da análise das redações dos sujeitos-alunos-surdos. Assim, para compreendermos o funcionamento das provas do Enem e os efeitos de sentidos produzidos pelo sujeito-aluno-surdo fizemos o recorte dos textos ditos motivadores para que os alunos escrevam as redações de acordo com o discurso de controle do INEP/Enem. Também selecionamos duas redações escritas pelos sujeitos-alunos-surdos, do ano de 2019, para analisarmos, por meio dos dispositivos da Análise de Discurso. O nosso desafio com a análise das questões do Enem é trazer à tona que discurso permeia essas questões, suas evidências, seus equívocos, opacidades e efeitos de sentido. Esta análise nos conduziu a pensar na relação de sentidos do sujeito-aluno-surdo com os textos do Enem visto que há entre ele (o sujeito-aluno-surdo) e os textos, o intérprete de Libras. Observamos, nesse aspectos, que seja na prova em que o intérprete, por determinação da cartilha emitida pelo INEP, se atém somente à interpretação do significado das palavras da Língua Portuguesa ou na vídeoprova em que a prova está em Libras, o seu gesto de leitura e interpretação perpassa, de qualquer maneira, sempre por outros gestos. Essa foi a principal razão pela escolha do Enem como objeto dessa pesquisa, ou seja, para que os pesquisadores doravante possam refletir sobre a contradição do discurso do Estado em relação ao Sujeito Surdo, pois ao mesmo tempo que legitima a Libras através da Lei e Decreto de Libras a mesma Lei impõe ao Sujeito Surdo a Língua Portuguesa escrita. Por fim, temos neste exame de avaliação a Libras como língua fluida que, paulatinamente, está sendo gramatizada. Isto nos leva a pensar sobre os efeitos de sentidos de línguas distintas colocadas no mesmo espaço, também de formas distintas, em um Exame nacional de avaliação inscrito em uma política que individua o sujeito pelo Estado. |
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