Impacto da capacidade antioxidante e qualidade da dieta sobre o estresse oxidativo e o desenvolvimento de aversões alimentares em mulheres com câncer de mama

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Impacto da capacidade antioxidante e qualidade da dieta sobre o estresse oxidativo e o desenvolvimento de aversões alimentares em mulheres com câncer de mama

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Title: Impacto da capacidade antioxidante e qualidade da dieta sobre o estresse oxidativo e o desenvolvimento de aversões alimentares em mulheres com câncer de mama
Author: Reitz, Luiza Kuhnen
Abstract: O câncer de mama é o tipo de neoplasia mais comum entre mulheres no mundo, e o estresse oxidativo (EO) provocado pelo tratamento adjuvante (TA), especialmente pela quimioterapia, está associado a injúria celular levando à efeitos adversos ao trato gastrintestinal, que podem estar vinculados ao surgimento de aversões alimentares (AA). Adicionalmente, o EO excessivo pode promover toxicidade e piores desfechos no tratamento nestas mulheres. Sendo assim, parece que uma dieta saudável, caracterizada pelo equilíbrio entre os grupos alimentares, e um elevado consumo de antioxidantes possa atenuar o EO, reduzindo a toxicidade do tratamento, e por fim o risco de desenvolver aversões alimentares. O objetivo deste estudo foi investigar as associações entre a qualidade e capacidade antioxidante da dieta (CaD), biomarcadores de estresse oxidativo e o surgimento de aversões alimentares em mulheres submetidas ao TA para o câncer de mama. Este estudo prospectivo teve uma amostra de 73 mulheres incluídas na investigação referente ao artigo 3, e após a aplicação dos critérios de exclusão, 70 mulheres no primeiro e segundo artigos já publicados. A qualidade da dieta, avaliada de acordo com o Índice de Qualidade da Dieta Revisado (IQD-R), e a CaD (mmol/g/dia) foram calculadas utilizando dados de consumo alimentar provenientes da apliação de questionário de frequência alimentar; o sangue foi coletado para mensurar os biomarcadores de EO (mmol/dl) - FRAP: Capacidade de Redução férrica do soro; GSH: Glutationa Reduzida; TBARS: Substâncias Reativas ao Ácido Tiobarbitúrico; HL: Hidroperóxidos Lipídicos; e PC: Proteínas Carboniladas. Os parâmetros dietéticos e bioquímicos foram coletados antes (p0) e após o TA (p1); os dados de qualidade da dieta e CaD em p0 se referiram ao ano anterior ao TA, e em p1 ao período do TA, considerando que o QFA é um método retrospectivo que considera o ano anterior à coleta. O surgimento de aversões alimentares foi avaliado após a quimioterapia adjuvante por meio de um questionário específico. Foi considerado estatisticamente significantes valores de p<0,05. O FRAP se associou à qualidade da dieta em p0 (p=0,019). Os escores do IQD-R não foram diferentes entre p0 e p1, no entanto os escores para vegetais totais (p=0,042), frutas totais (p=0,042), leite e derivados (p=0,005), e carnes, ovos e leguminosas (p=0,001) foram menores durante o TA. Em contraste, o menor consumo de sódio (p=0,001) e gorduras saturadas (p=0,001) no p1 contrabalancearam o escore total do IQD-R. As concentrações de PC se associaram inversamente com a CaD no p1 (p=0,004); as mulheres apresentaram risco aumentado do incremento nos biomarcadores HL e TBARS, decréscimo no FRAP e GSH após o TA, em resposta à redução da CaD (p<0,05). As concentrações de PC, TBARS e FRAP se mantiveram estáveis entre os períodos para as mulheres no 3o tercil de CaD em p1, diferenciando-as daquelas no 1o tercil, as quais apresentaram mudanças negativas nesses biomarcadores (p<0,04). As mulheres que exibiram maiores escores do IQD-R no p0 tiveram 1,08 vezes mais chances de não desenvolverem AA durante a quimioterapia adjuvante (p=0,041). A carne vermelha foi o principal alimento ao qual as mulheres reportaram aversão (37,9%, n=9). Em conclusão, parece que escores aumentados do IQD-R podem aumentar a defesa antioxidante sérica antes do TA, o que pode estar ligado à redução no risco de desenvolver AA em resposta à quimioterapia em mulheres com câncer de mama. Os presentes resultados indicam que uma maior qualidade da dieta antes do início do TA, e uma dieta rica em antioxidantes durante o TA pode atenuar o EO, levando a melhores desfechos como a redução da toxicidade e o surgimento de AA em mulheres com câncer de mama.Abstract: Breast cancer (Bca) is the most common type of neoplasm among women worldwide, and oxidative stress (OS) caused by adjuvant treatment (AT), specially chemotherapy, is associated with injury to cells, leading to gastrointestinal side effects, which may be associated with food aversion (FA) emergence. In addition, the excessive OS may be associated with toxicity and worse outcomes of treatment for these women. Then, it seems that a healthy diet, characterized by the balance between food groups, and high antioxidant intake may attenuate OS, reducing treatment toxicity, and the risk of FA emergence. The aim of this study is to investigate the associations between Dietary antioxidant Capacity (DaC), Diet Quality, oxidative stress biomarkers, and the emergence of FA in women undergoing AT for Bca. This prospective study had a sample of 73 women included in the manuscript?s investigation, and after exclusion criteria 70 women in the 1st and 2nd articles already published. Diet quality according to the Brazilian Healthy Eating Index Revised (BHEI-R) and DaC (mmol/g/day) was calculated using nutritional data obtained from a Food Frequency Questionnaire (FFQ); blood was collected to measure oxidative stress biomarkers (mmol/dl) - FRAP: Ferric Reducing Antioxidant Power; GSH: Reduced Glutathione; TBARS: Thiobarbituric Acid Reactive Substances; LH: Lipid Hydroperoxides; and CP: Carbonylated Proteins. Dietary and biochemical parameters were evaluated at baseline (p0) and after adjuvant treatment (p1); diet quality and DaC data at p0 referred to the year prior the AT, and at p1 to the period of AT, since the FFQ is a retrospective method, which considers the year prior the data collection. The food aversion emergence was accessed after adjuvant chemotherapy through a specific questionnaire. Statistical significance level was set at 5%. FRAP was associated with diet quality at p0 (p=0.019). BHEI-R scores were not different between p0 and p1, however, the scores of total vegetables (p=0.042), total fruits (p=0.042), milk (p=0.005), and dairy products, and meat, eggs, and legumes (p=0.001) were lower during treatment. In contrast, the lower intake of sodium (p=0.001) and saturated fat (p=0.001) at p1 counterbalanced the BHEI-R score. CP levels were inversely associated with DaC at p1 (p=0.004); women showed an increased risk of having increment on LH and TBARS, decrement on FRAP and GSH after AT, in response to lowered DaC (p<0.05). CP, TBARS and FRAP levels remained stable between the periods for women at the 3rd DaC tertile at p1, differentiating them from those at the 1st tertile, who showed negative changes in these biomarkers (p<0.04). Concerning the emergence of food aversion, women exhibiting Higher BHEI-R scores st p0 were 1.08 times more likely to not develop FA during the treatment (p=0.041). Red meat was the main aversion-causing food reported by the women (37.9%, n=9). In conclusion, it seems that higher BHEI-R score can enhance seric antioxidant defense before AT, which may be linked to reduction in the risk of developing FA in response to adjuvant chemotherapy in women with Bca. Those results indicate that a higher diet quality prior to AT, and antioxidant-rich diet during AT may attenuate OS, leading to better outcomes such as reduced toxicity and FA emergency in women with breast cancer.
Description: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Nutrição, Florianópolis, 2022.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/243974
Date: 2022


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