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A presente dissertação teve como o objetivo central buscar a compreensão do processo dialógico e exotópico que envolve um ato tradutório e interpretativo, bem como enxergar tradução e interpretação por um prisma além de técnico (léxico, regras e vocabulários), mas a partir da relação eu/outro e de produção de sentidos. Nela, analisamos essa prática a partir de uma perspectiva dialógica, buscando compreender o processo exotópico na atuação dos profissionais tradutores/intérpretes e guia-intérpretes de línguas de sinais, tendo em mente que esses se deslocam até o lugar do outro, buscando formas de apreender o discurso a
ser interpretado. Fundamentando-nos na teoria de Mikhail Bakhtin, buscamos, por meio de entrevistas com profissionais selecionados, adentrar o mundo da tradução/interpretação em língua de sinais, trazendo um breve contexto histórico referente à profissão e à Língua de Sinais. Os sujeitos participantes foram cinco profissionais da área de LS, dos quais dois atuam no Estado de Mato Grosso, dois em São Paulo e um no Rio Grande do Sul. Para a seleção dos entrevistados, consideramos o tempo de experiência, a área e a modalidade de atuação e, além disso, o fato de dois dos profissionais escolhidos estarem envolvidos na interpretação durante jogos da Copa do Mundo de 2014. A coleta de dados se deu por meio de entrevistas semiestruturadas, com oito perguntas gerais (feitas a todos os entrevistados) e perguntas específicas que foram feitas levando em consideração o tipo de profissional e o nosso foco de pesquisa. Procuramos abordar as diferentes modalidades de interpretação em língua de sinais, considerando que cada modalidade visa integrar a pessoa ao meio social no qual ela está inserida a partir das suas especificidades, partindo do pressuposto que, para o sujeito se integrar e interagir no meio, há a necessidade de se relacionar com os participantes da arena dialógica. Debruçamo-nos sobre o trabalho desses profissionais e o analisamos minuciosamente, atrelando-o aos conceitos bakhtinianos. Demos enfoque na questão da fidelidade, assunto um tanto questionado nos estudos da tradução, pois que fidelidade e literalidade são termos distintos, e na questão da produção de sentidos entre os participantes do processo. Os resultados de nossa pesquisa desvendaram que a neutralidade não se correlaciona com fidelidade e que, em uma interação, não existe sujeito passivo, portanto o tradutor/intérprete e o Guia-intérprete são interlocutores ativos ao executarem o seu trabalho, sendo participantes ativos, coautores do enunciado interpretado. |
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