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A efetivação do direito à permanência na escola dos estudantes surdos sinalizantes e a equidade do ensino tornou-se possível, principalmente, com a presença de um novo ator no cotidiano escolar, sujeito este que denominamos, no estado do Rio Grande do Norte, como professor tradutor/intérprete de Libras (PTILS), o qual frequentemente circula entre o campo da tradução e o campo pedagógico. Nesse cenário de atuação compartilhada com o professor regente, que não se restringe apenas à uma tradução linguística, se localiza um debate acadêmico-conceitual sobre o papel que o professor intérprete desempenha no sistema educacional. O debate sobre o papel do professor associado ao intérprete de Libras norteou alguns questionamentos, dentre eles a problemática da pesquisa, que foi: qual a percepção que os professores intérpretes de Libras têm sobre a prática docente realizada com estudantes surdos da rede estadual de ensino do RN? Assim, essa pesquisa teve como objetivo identificar a percepção dos professores intérpretes de Libras sobre a prática docente realizada com estudantes surdos da rede estadual de ensino do RN visando conhecer as ações didáticas e as práticas pedagógicas realizadas. A pesquisa teve como foco a Rede Estadual de Ensino do estado do Rio Grande do Norte, com lócus na 12ª Diretoria Regional de Educação e Cultura, por ter em seu quadro funcional o profissional professor intérprete de Libras há seis anos. Os sujeitos da pesquisa foram duas professoras intérpretes de Libras, uma PTILS que atua na turma do 9º ano do Ensino Fundamental e uma PTILS que atua na turma da 2ª etapa da Educação de Jovens e Adultos. Os dados foram coletados através de entrevista semiestruturada realizada via aplicativo do Google Meet e analisados com base na análise do conteúdo de Bardin. Os resultados indicam, a partir da revisão da literatura, os seguintes aspectos: o desenvolvimento da legislação que norteia e regulamenta a educação especial; e o papel do professor intérprete de Libras. No entanto, identifica-se que o referencial analisado aponta para a necessidade de se legislar sobre o perfil e as atribuições do PTILS. Observa-se que existe a necessidade de organização escolar para que se possa proporcionar momentos de planejamento conjunto entre professor regente e o PTILS. A partir da análise dos conteúdos das entrevistas emergiram quatro grandes subcategorias, a saber: a importância da qualificação profissional, mediação linguística entre os pares, possibilidades do registro de atividades e a utilização da metodologia visual no ensino remoto. Após a análise das subcategorias elencadas, verificamos que o aprendizado dos estudantes surdos ocorria por meio da mediação linguística realizada pelas professoras intérpretes, esse processo de mediação permitiu que os estudantes tivessem acesso às significações do mundo. Após análise dos dados foi possível sugerir a proposta de um Curso de Formação para os Professores Intérpretes de Libras, em formato autoinstrucional, no qual os docentes poderão aperfeiçoar seus conhecimentos sobre a Libras e sobre conceitos pertinentes à comunidade surda, além de bidocência, projeto político pedagógico, plano de aula, entre outros, em publicação anexada a este trabalho. Desta forma, entendemos que é preciso reorganização escolar para que os professores possam atuar em sistema colaborativo, formação aos PTILS pela rede estadual e o estabelecimento de cultura de ensino colaborativo, lacunas apontadas pelas participantes ao elencarem as maiores dificuldades enfrentadas no cotidiano. |
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