Abstract:
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O estudo objetivou buscar uma classificação de vegetais utilizados em Unidades Produtoras de Refeições (UPRs) correlacionando, paralelamente as características nutricionais, sensoriais e técnicas de processamento, permitindo a sua aplicabilidade no sistema de Avaliação da Qualidade Nutricional e Sensorial (AQNS). A pesquisa iniciou-se com a identificação das classificações de vegetais disponíveis na literatura científica e sua análise verificando a possível adequação às necessidades do sistema AQNS. Como nenhuma das classificações apresentou as características necessárias, partiu-se para a concepção de uma nova classificação de vegetais, denominada Classificação de Vegetais AQNS. Para tanto, foram sendo realizados vários cruzamentos entre as características identificadas nas classificações, até associar simultaneamente as características desejadas. A nova classificação resultou, então, da associação entre a classificação pela parte botânica comestível e a classificação segundo o teor de carboidratos, considerando-se, também, as técnicas de preparação. Como resultado, foram analisados 99 vegetais e a classificação concebida divide-os em 7 grupos. A apresentação da classificação AQNS contém, para cada vegetal, informações quanto à família e parte botânica, pigmentos, principais componentes nutricionais e compostos bioativos, componentes antinutricionais além das principais aplicações em UPR. Evidencia-se que o controle da interação entre aspectos nutricionais, sensoriais e de técnicas de processamento desde a aquisição até a distribuição do alimento pronto poderá, potencialmente, resultar em refeições mais saudáveis. Destaca-se que, durante essas etapas, os nutrientes podem ser preservados, ter a sua biodisponibilidade acentuada, ou mesmo, minimizadas as suas perdas. Além disso, o controle da qualidade sensorial dos alimentos pode influenciar a escolha e consumo dos alimentos preparados. Salientam-se, ainda, as possibilidades de utilização da classificação de vegetais concebida como instrumento para o nutricionista na classificação de alimentos em inquéritos alimentares, na elaboração de dietas e cardápios, bem como no auxílio ao estabelecimento de procedimentos de Boas Práticas que extrapolem os aspectos higiênicos sanitários. Além disso, pode representar uma ferramenta de fácil manuseio no dia-a-dia dos profissionais da área. Sugere-se que a classificação sirva como estímulo a novas pesquisas, com relação à definição de alimentos fonte de nutrientes, nutrientes não tradicionais, componentes antinutricionais e, principalmente, quanto às características nutricionais e sensoriais dos alimentos vegetais durante as diferentes fases do processamento de refeições. |