Abstract:
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Diversos estudos têm tentado desvendar a complexa relação entre a mudança do índice de massa corporal (IMC) e as variáveis sócio-demográficas, de saúde e comportamentais. Objetivo: Investigar a associação entre o aumento do IMC após os vinte anos de idade e os fatores sócio-demográficos e indicadores de risco para doenças crônicas não transmissíveis em adultos de Florianópolis. Delineamento: Estudo de delineamento transversal, baseado em um sistema de vigilância de fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis através de entrevistas telefônicas (SIMTEL). Método: 1.341 indivíduos (572 homens e 769 mulheres) que participaram do SIMTEL. O aumento relativo do IMC (definido pela diferença do IMC atual e do IMC aos 20 anos), variável dependente, foi analisado em diferentes categorias de variáveis independentes em um modelo de análise de regressão linear múltipla, baseado em um modelo hierárquico de fatores associados ao aumento do IMC, por sexo. As variáveis independentes foram agrupadas em categorias hierárquicas incluindo características sóciodemográficas, de saúde, comportamentais e de consumo alimentar. Resultados: Na idade atual, 53,1% dos homens e 34,9% das mulheres tinham excesso de peso (BMI=25 kg/m2). Entre os 20 anos de idade e a idade no momento da entrevista, o IMC aumentou de 22,1 kg/m2 (DP = 2,5 kg/m2) para 25,7 kg/m2 (DP = 3,7 kg/m2) entre os homens, e de 20,2 kg/m2 (DP = 2,4 kg/m2) para 24,2 kg/m2 (DP = 4,2 kg/m2) entre as mulheres. As variáveis associadas ao aumento do IMC para ambos os sexos foram: o avanço da idade, não trabalhar, referir ter diabetes, pressão alta, doença do coração, dislipidemias, auto referência ao estado de saúde regular ou ruim, realizar dieta para perda de peso, ser ex-fumante, não realizar atividade física no lazer e ser sedentário. Somente para o sexo feminino estiveram associadas ao aumento do IMC as variáveis menor escolaridade, referir ter osteoporose e não consumo de risco de bebida alcoólica. Exclusivamente entre os homens, a variável estado civil (ser casado) apresentou associação com o aumento do IMC. O modelo de regressão linear mostrou que para os homens as variáveis sócio-demográficas, as características de saúde e comportamentais, respectivamente, explicaram 9,9%, 9,0% e 6,0% do aumento do IMC após os 20 anos de idade. Para as mulheres, as variáveis sócio-demográficas, as características de saúde e comportamentais, respectivamente, explicaram 23,3%, 18,4% e 8,6% do aumento do IMC após os 20 anos de idade. Conclusão: Elevado ganho de IMC após os 20 anos e altas taxas de excesso de peso foram observadas neste grupo de adultos de Florianópolis. Diversas características sócio-demográficas e de saúde estudadas foram associadas com o aumento do IMC. Os resultados indicam a importância de se identificar os determinantes do aumento do IMC. |