Abstract:
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A regulação do metabolismo lipídico é fundamental para a homeostase do organismo e um dos principais fatores de transcrição envolvido neste processo é o receptor ativado por proliferadores de peroxissoma alfa (PPAR?). Diversas moléculas são capazes de ativá-lo, incluindo os ácidos graxos polinsaturados ômega 3. Alguns peixes, como o salmão, são boas fontes alimentares de ômega 3, portanto o objetivo do estudo foi investigar o efeito do consumo de óleo de salmão na expressão do gene PPAR? e na concentração de triglicerídeos séricos e hepáticos de ratos realimentados com dieta rica em frutose após jejum prolongado. Foram utilizados 31 ratos machos da linhagem Wistar, com peso aproximado de 180-200 g. Os animais foram mantidos em gaiolas individuais e distribuídos aleatoriamente em quatro grupos: Grupo Controle (GC, n=8), Grupo Frutose (GF, n=7), Grupo Óleo de Salmão I (GSFI, n=8) e Grupo Óleo de Salmão II (GSFII, n=8). Após um período de adaptação, os grupos experimentais receberam, por sete dias, dieta com óleo de salmão como fonte lipídica. Em seguida, foram mantidos em jejum durante 48 horas e realimentados com dieta rica em frutose por 24 horas. O grupo GSFII difere do GSFI por ter recebido dieta com óleo de salmão antes e após a realimentação com frutose. As rações experimentais foram preparadas segundo as recomendações do American Institute of Nutrition para a dieta AIN-93G. Ao final dos 17 dias de experimento os animais foram sacrificados por decapitação e foram coletadas amostras de sangue e tecido hepático para análises bioquímicas e moleculares. O tecido adiposo (epididimal e retroperitoneal) foi removido e pesado para comparação entre grupos. Os dados foram analisados por meio do software STATA 11.0, considerando como estatisticamente significativo o valor de p<0,05. O teste estatístico para comparação entre grupos foi o teste ANOVA ou Kruskall-Wallis, dependendo das características da variável de desfecho, com pós-teste de Bonferroni. A dieta rica em frutose foi capaz de aumentar a gordura hepática total nos animais e o óleo de salmão foi efetivo em reduzir este mesmo efeito. No entanto, não houve diferença em relação à concentração de triglicerídeos hepáticos. Também não houve influência no perfil lipídico sérico, exceto para a fração HDL-c, que apresentou redução nos animais que consumiram a dieta rica em frutose. A expressão do gene PPAR? não apresentou diferença entre os grupos. Assim, conclui-se que neste estudo o óleo de salmão apresenta benefícios, principalmente em relação à redução da gordura total hepática, o que pode contribuir para a melhora da saúde cardiovascular |