Administração da Justiça Criminal

Abstract

A Justiça brasileira, assim como toda estrutura estatal, enfrenta a descrença generalizada ante o descompasso entre as necessidades da sociedade e a resposta do Poder Judiciário. O modelo reinante das organizações judiciárias, com a figura secular do cartório, ausente de técnica e planeamento científico e constante; a deficiência dos recursos materiais existentes, demonstrado pela utilização, na era do computador, de máquinas de escrever manuais com anos de uso; a má qualidade do ensino jurídico, atestado pelo próprio governo nos seus exames nacionais de proficiência; os diversos procedimentos legais, com a multiplicação de prazos e o formalismo exacerbado; a falta de preparação dos servidores diante das novas tecnologias, dos candidatos à magistratura, conforme mostram os índices de reprovação nos concursos públicos e dos juízes perante os demais ramos do conhecimento, além da crónica falta de recursos económicos, são problemas sentidos por todos os operadores, redundando na acumulação de feitos e na morosidade do processo.