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O cerrado é um dos biomas de maior biodiversidade do mundo, caracterizado por sua
riqueza de frutas nativas com características sensoriais únicas. Entre essas frutas, destaca-se a
buritirana, pertencente à família Arecaceae, reconhecida por sua abundância de lipídios e
compostos bioativos. A torta gerada após a prensagem dos frutos oleaginosos, que é um
coproduto de alto valor nutricional, geralmente é descartada ou utilizada como ração animal. O
objetivo deste estudo foi obter e estudar as tortas resultantes da extração do óleo da polpa, casca
e semente da buritirana. Nas tortas obtidas foram avaliadas a composição nutricional, a
quantificação de compostos bioativos, a análise do potencial antioxidante, as propriedades
funcionais, e as características microscópicas por MEV. Os resultados obtidos demonstraram
que os carboidratos são os componentes majoritários em todas as frações estudadas (casca,
semente e polpa, respectivamente). O fruto apresentou também uma quantidade considerável
de proteínas, sendo a polpa a parte com maior teor (6,39g 100g-1), similar a polpas de outros
frutos da mesma família, como butiá e macaúba. No que diz respeito aos compostos bioativos
avaliados, observou-se que a polpa é rica em flavonoides (173,72mg CE 100g-1), enquanto a
casca apresentou um teor mais elevado de compostos fenólicos totais (326mg AGE 100g-1).
Além disso, os extratos da polpa e casca demonstraram valores mais expressivos nos métodos
de atividade antioxidante, em comparação com a semente (DPPH, ABTS, FRAP, CUPRAC e
CRT). No método FRAP, a polpa foi a fração com maior quantidade (516,24mg de AAE 100g-
1), enquanto a casca exibiu a maior porcentagem de inibição no método DPPH (82,52%). A
polpa apresentou a maior capacidade de absorção em água, leite e óleo (4,64, 4,87 e 3,07g g-1,
respectivamente) e maior solubilidade em água (15,26%). Por outro lado, a semente mostrouse mais solúvel em leite (15,74%). A casca apresentou a maior atividade emulsionante
(6,47m2g-1). |
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