Justiça fiscal: a (in)viabilidade da transição do modelo de tributação sobre o consumo para o de tributação sobre a renda e o patrimônio

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Justiça fiscal: a (in)viabilidade da transição do modelo de tributação sobre o consumo para o de tributação sobre a renda e o patrimônio

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Title: Justiça fiscal: a (in)viabilidade da transição do modelo de tributação sobre o consumo para o de tributação sobre a renda e o patrimônio
Author: Kapp, Pablo Francisco Ramos
Abstract: O objetivo do presente trabalho é analisar as bases econômicas (ou de incidência) da tributação no Brasil e a viabilidade de se promover alterações na sua estrutura para torná-la mais justa, sem a perda dos níveis atuais de arrecadação de modo a não comprometer o equilíbrio fiscal e a capacidade estatal de gastos e investimentos. Para tanto, é feita análise dos preocupantes níveis de desigualdade social, suas raízes históricas e como a tributação pode ser utilizada como política pública para mudança do estado atual, em conjunto com outras medidas no campo da despesa. Como referências, são utilizados dois modelos de tributação considerados mais justos (média da OCDE e Portugal). Analisa-se a distribuição das suas bases econômicas e as mudanças necessárias no modelo brasileiro para a sua aproximação com aqueles. Chegou-se à conclusão de que o modelo da média da OCDE requererá mudanças mais consideráveis na tributação sobre o consumo e a renda, mas faria com que o Brasil tivesse alíquotas de IVA consideradas dentro da média dos países desenvolvidos e a tributação sobre a renda tivesse alíquotas efetivas verdadeiramente progressivas e com potencial redistributivo. No modelo português, ainda que seja mais semelhante ao brasileiro, inclusive com certa relevância indesejada na tributação sobre o consumo, a aproximação também requererá algumas mudanças importantes, embora menos complexas que as do primeiro modelo. Concluiu-se que ambos os modelos apresentam oportunidades e desafios, e que pode ser mais conveniente a adoção do modelo português, para ir escalando para modelos mais justos, como o da média da OCDE. Por fim, com a implementação de quaisquer dos modelos, teria que se reformular as regras de competência tributária e repartição de receitas, tendo em vista que, atualmente, a competência tributária dos entes subnacionais está concentrada no consumo, a base de incidência que sofrerá maior perda de arrecadação, enquanto a da renda está concentrada na União que obterá o maior incremento arrecadatório.The objective of this study is to analyze the economic bases (or incidence) of taxation in Brazil and the viability of promoting changes in its structure to make it fairer, without losing current levels of revenue so as not to compromise fiscal balance and the state's capacity for spending and investment. To this end, an analysis is made of the worrying levels of social inequality, their historical roots and how taxation can be used as a public policy to change the current state, in conjunction with others in the field of expenditure. Two tax models considered to be fairer (the OECD average and Portugal) are used as a reference. The distribution of their economic bases is analyzed, as well as the changes needed in the Brazilian model to bring it closer to those models. We came to the conclusion that the OECD average model would require more considerable changes in taxation on consumption and income, but would mean that Brazil would have VAT rates considered to be in line with the average for developed countries and that taxation on income would have truly progressive effective rates with redistributive potential. In the Portuguese model, although it is more similar to the Brazilian model, including a certain undesired relevance in taxation on consumption, the approximation will also require some important changes, although less complex than in the first model. It was concluded that both models present opportunities and challenges, and that it may be more convenient to adopt the Portuguese model in order to move towards fairer models, such as the OECD average. Finally, with the implementation of either model, the rules of tax competence and revenue sharing would have to be reformulated, given that the subnational entities tax competence is currently concentrated on consumption, the tax base that will suffer the greatest loss of revenue, while that of income is concentrated in the Federal Government, which will obtain the greatest increase in revenue.El objetivo de este trabajo es analizar la base económica (o incidencia) de la fiscalidad en Brasil y la viabilidad de introducir cambios en su estructura para hacerla más justa, sin perder los actuales niveles de recaudación para no comprometer el equilibrio fiscal y la capacidad de gasto e inversión del Estado. Para ello, se analizan los preocupantes niveles de desigualdad social, sus raíces históricas y cómo la tributación puede ser utilizada como política pública para cambiar el estado actual, en conjunto con otras en el ámbito del gasto. Se toman como referencia dos modelos fiscales considerados más justos (la media de la OCDE y Portugal). Se analiza la distribución de sus bases económicas, así como los cambios necesarios en el modelo brasileño para equipararse a ellos. Se concluyó que el modelo medio de la OCDE exigiría cambios más considerables en la fiscalidad sobre el consumo y la renta, pero daría lugar a que Brasil tuviera tipos de IVA considerados dentro de la media de los países desarrollados y a que la fiscalidad sobre la renta tuviera tipos efectivos realmente progresivos y con potencial redistributivo. En el modelo portugués, a pesar de ser más similar al brasileño, incluyendo cierta relevancia no deseada en la tributación sobre el consumo, la aproximación también requerirá algunos cambios importantes, aunque menos complejos que en el primer modelo. Se concluyó que ambos modelos presentan oportunidades y desafíos, y que puede ser más conveniente adoptar el modelo portugués para avanzar hacia modelos más justos, como el promedio de la OCDE. Por último, con la implantación de cualquiera de los dos modelos habría que reformular las reglas de competencia fiscal y reparto de ingresos, dado que actualmente la competencia fiscal de los entes subnacionales se concentra en el consumo, base imponible que sufrirá la mayor pérdida de ingresos, mientras que la de la renta se concentra en la Unión, que obtendrá el mayor aumento de ingresos.L'obiettivo di questo documento è analizzare le basi economiche (o l'incidenza) della tassazione in Brasile e la fattibilità di apportare modifiche alla sua struttura per renderla più equa, senza perdere gli attuali livelli di entrate per non compromettere l'equilibrio fiscale e la capacità di spesa e di investimento dello Stato. A tal fine, si analizzano i preoccupanti livelli di disuguaglianza sociale, le loro radici storiche e il modo in cui la tassazione può essere utilizzata come politica pubblica per cambiare lo stato attuale, insieme ad altre nel campo della spesa. Vengono presi come riferimento due modelli fiscali considerati più equi (la media OCSE e il Portogallo). Viene analizzata la distribuzione delle loro basi economiche e le modifiche necessarie al modello brasiliano per allinearlo ad essi. Si è concluso che il modello medio dell'OCSE richiederebbe cambiamenti più considerevoli nella tassazione dei consumi e dei redditi, ma porterebbe il Brasile ad avere aliquote IVA considerate nella media dei Paesi sviluppati e la tassazione dei redditi ad avere aliquote effettive realmente progressive con un potenziale redistributivo. Nel modello portoghese, sebbene sia più simile al modello brasiliano, compresa una certa rilevanza indesiderata nella tassazione dei consumi, l'approssimazione richiederà anch'essa alcuni cambiamenti importanti, sebbene meno complessi rispetto al primo modello. Si è concluso che entrambi i modelli presentano opportunità e sfide, e che potrebbe essere più conveniente adottare il modello portoghese per avvicinarsi a modelli più equi, come la media OCSE. Infine, con l'implementazione di uno dei due modelli, sarebbe necessario riformulare le regole di competenza fiscale e di ripartizione del gettito, dato che attualmente la competenza fiscale degli entità subnazionali è concentrata sui consumi, la base imponibile che subirà la maggiore perdita di gettito, mentre quella dei redditi è concentrata nell'Unione, che otterrà il maggiore incremento di gettito.L'objectif de ce document est d'analyser la base économique (ou l'incidence) de la fiscalité au Brésil et la possibilité de modifier sa structure pour la rendre plus équitable, sans perdre les niveaux actuels de recettes afin de ne pas compromettre l'équilibre fiscal et la capacité de l'État à dépenser et à investir. Pour ce faire, une analyse des niveaux préoccupants d'inégalité sociale, de leurs racines historiques et de la manière dont la fiscalité peut être utilisée comme politique publique pour modifier la situation actuelle, en conjonction avec d'autres mesures dans le domaine des dépenses, est effectuée. Deux modèles fiscaux considérés comme plus équitables (la moyenne de l'OCDE et le Portugal) sont utilisés comme référence. La distribution de leurs bases économiques est analysée, ainsi que les changements nécessaires dans le modèle brésilien pour s'aligner sur eux. Il a été conclu que le modèle moyen de l'OCDE nécessiterait des changements plus considérables dans l'imposition de la consommation et du revenu, mais que le Brésil aurait des taux de TVA considérés comme se situant dans la moyenne des pays développés et que l'imposition du revenu aurait des taux effectifs réellement progressifs avec un potentiel de redistribution. Dans le modèle portugais, même s'il est plus proche du modèle brésilien, y compris une certaine pertinence indésirable dans l'imposition de la consommation, l'approximation nécessitera également quelques changements importants, bien que moins complexes que dans le premier modèle. Il a été conclu que les deux modèles présentent des opportunités et des défis, et qu'il pourrait être plus pratique d'adopter le modèle portugais afin de se rapprocher de modèles plus équitables, tels que la moyenne de l'OCDE. Enfin, la mise en œuvre de l'un ou l'autre modèle nécessiterait de reformuler les règles de compétence fiscale et de partage des recettes, étant donné que la compétence fiscale des entités infranationales est actuellement concentrée sur la consommation, l'assiette fiscale qui subira la plus grande perte de recettes, tandis que celle des revenus est concentrée dans l'Union, qui obtiendra la plus grande augmentation de recettes.
Description: TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Ciências Jurídicas. Direito.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/256736
Date: 2024-07-03


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